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Dr. Cláudio Coelho: Higiene nasal, qual a importância?
A preocupação com a higiene nasal sempre está ligada ao tempo seco que vivemos no período do inverno. Entretanto, as mudanças climáticas nas últimas décadas causadas pelo crescimento econômico, degradação do meio ambiente e aumento da poluição tem afetado o modo de vida das pessoas e exige da população um comportamento preventivo em relação à saúde, principalmente a respiratória.
A sensação de ar seco em lugares com ar condicionado, em viagens de avião e no trânsito caótico gera consequências negativas e propicia uma sensação de mal-estar. A taxa de umidade relativa do ar mínima ideal é entre 30 e 60%, mas atualmente nas grandes cidades ela tem atingido valores inferiores a 15%, o que representa risco principalmente para os olhos e aparelho respiratório.
No caso das vias respiratórias, a mucosa nasal fica ressecada, inflamada e os pelos nasais (cílios), que tem a função de proteger das partículas presentes no ar, deixam de cumprir esse papel, porque perdem sua lubrificação e consequentemente, a motilidade. Para o otorrinolaringologista Cláudio Coelho, este processo inflamatório reduz a frequência do batimento ciliar de 700 para 300 por minuto e passa a ser uma porta de entrada para vírus e bactérias, agentes causadores das infecções como resfriados, sinusites e dor de garganta.
“No caso das crianças, a obstrução das vias aéreas modifica o seu padrão respiratório nasal, substituindo pelo oral, o que significa que ela começa a respirar pela boca de maneira constante”, completa Coelho. Um padrão normal é fundamental para que ela possa ter um desenvolvimento craniofacial ideal assim como de suas estruturas, contribuindo para a estética facial e qualidade de vida. Uma boa higiene nasal, ou seja, a manutenção da cavidade limpa e úmida é um mecanismo de defesa importante para um funcionamento adequado do sistema respiratório tanto nas crianças como nos adultos. Além disso, ela ajuda a prevenir o surgimento de infecções e reações alérgicas.
As soluções salinas para a higiene nasal que contém cloreto de sódio em água facilitam a expulsão da secreção. Estudos científicos relatam que o aumento da frequência do batimento ciliar auxilia na eliminação do muco e que a utilização destes fluidificantes diminuem a presença de mediadores químicos inflamatórios como a interleucina-8, um dos responsáveis pela resposta inflamatória da mucosa das vias aéreas.
A higiene nasal pode ser feita em qualquer horário. Porém, a recomendação é que seja realizada, no mínimo três vezes ao dia: pela manhã, ao acordar, na metade do dia e à noite, antes de dormir. “É importante que esta atitude se torne um hábito diário igual aos que já são comuns em nossa rotina: escovar os dentes, lavar o rosto, tomar banho e lavar as mãos”, complementa.